Grupo Petrópolis dobra participação no Nordeste
Mesmo após a retração do mercado nacional de cerveja no primeiro trimestre, o grupo Petrópolis, dono da marca Itaipava, prevê um aumento de mais de 35% no seu faturamento este ano, para quase R$ 12 bilhões. A companhia está colhendo os frutos do investimento em duas fábricas novas no Nordeste, que juntas praticamente duplicaram sua capacidade produtiva no País. A empresa inaugura hoje (17/4) sua segunda fábrica na região – a primeira foi em Alagoinhas (BA) – em Itapissuma (PE).
A unidade é a sétima em operação do grupo, recebeu investimento de R$ 600 milhões e tem capacidade para 600 milhões de litros ao ano. Desde o ano passado, a fábrica estava produzindo algumas linhas de produtos, o que foi suficiente para elevar a participação de mercado da Itaipava a quase 20% em Pernambuco. O desempenho no Estado, onde estão 8 dos seus 49 centros de distribuição do Nordeste, surpreendeu. E ajudou o grupo a alcançar 13,7% de participação na região em março, segundo dados da Nielsen. Um ano antes, a fatia do grupo na região era 6,1%.
Eliana Cassandre, gerente de propaganda do Grupo Petrópolis, não descarta a necessidade de uma nova fábrica no Nordeste, caso o desempenho da empresa nos outros Estados siga o ritmo de Pernambuco. “Estamos preenchendo áreas em branco, onde ainda não estávamos presentes. Por isso o crescimento é tão rápido. O importante é ter o produto disponível nas gôndolas”, diz.
A companhia planeja alcançar 20% de participação em todo o Brasil até 2020. Nos dois últimos anos, quando levantou as duas fábricas no Nordeste, o grupo investiu mais de R$ 3 bilhões em capacidade produtiva, distribuição e marketing no País. Este ano, o investimento deve ficar em R$ 771,79 milhões, afirma Eliana. Haverá, no entanto, um aumento de 8% nos recursos destinados ao marketing. “Vamos fazer uma campanha no Nordeste específica para o São João, com foco na Bahia, Pernambuco e Paraíba. Os volumes de cerveja vendidos nessa época do ano na região equivalem ao do Carnaval”, explica.
Eliana projeta estabilidade nos volumes de cerveja produzidos por todas as indústrias no Brasil este ano em relação a 2014. De janeiro a março, de acordo com a CervBrasil (Associação Brasileira da Indústria de Cerveja), houve recuo de 4%, na comparação anual. “O segundo semestre ainda está bastante indefinido. Por enquanto, o que percebemos é que o consumidor está segurando o bolso” , diz. Segundo a executiva, a estratégia para lidar com o cenário desafiador é entender as necessidade de cada consumidor.
Em Pernambuco, a empresa identificou que há uma preferência particular pela embalagem de 473 ml, mais conhecida como latão. Já na Bahia, onde a fatia de mercado da Petrópolis é de 16%, as vendas da latinha de 269 mil se destacam. Por enquanto, a empresa tem focado na distribuição da marca Itaipava na região. Com o pleno funcionamento da nova fábrica em Itapissuma, a empresa pretende lançar a marca Crystal, com posicionamento em uma faixa de preço menor. Além disso, até o fim do ano, o grupo pretende trazer para o Nordeste o energético TNT e distribuir marcas da inglesa SABMiller, com quem o grupo firmou uma parceira no ano passado.
Fonte: Supermercado Moderno